29 de setembro de 2012

A Queda de Diogo Mainardi


Eu odeio Diogo Mainardi.
Todos odeiam Diogo Mainardi.
Quem diz que adora ele, na verdade, no fundo no fundo, tá querendo polemizar.
Se passar por uma pessoa “do contra”, “revoltada”.
E Diogo Mainardi provavelmente detesta esse tipo de pessoa.
Porque, de fato, ele sempre escreveu com o objetivo de ser detestado.
Essa é a diversão dele. Essa é a motivação dele (pelo menos é isso o que eu penso).
Ele é o dedo apontado na cara. Ninguém gosta de um dedo apontado na cara.
Escrever pra ser adorado e ser unanimidade, acho que nunca esteve nos planos dele.
E acho também que se ele dependesse disso pra continuar escrevendo, ele não teria passado anos escrevendo sua coluna semanal para a Revista Veja.
Acabaria sua motivação.
E, apesar disso, foi a coluna mais lida durante todo o período que ele escreveu pra Revista. Mesmo sendo odiado por todos.
Não existe nada mais chato do que quem passa a vida tentando agradar todo mundo.  
Mesmo se desagradando. Caçando estrelinhas de aceitação pra colar no álbum pessoal.
E depois, vai fazer o que com esse álbum? Sair mostrando por aí?
Não, obrigada. Ninguém está interessado em ver. Aliás, eu não estou interessada em ver. Prefiro o dedo do Diogo Mainardi apontado na minha cara!
Nem que seja pra odiá-lo!

Acabei de ler um livro do Diogo Mainardi.
“A queda – As memórias de um pai em 424 passos”.
No livro, ele conta a história do seu filho que nasceu com paralisia cerebral, vítima de um erro médico.
Não, eu não comprei o livro pra ler. Eu jamais compraria um livro dele.
Afinal, eu detesto Diogo Mainardi.
"Roubei emprestado” de um amigo ontem. Li ele todo hoje. Vou devolver amanhã.
O livro é tão inteligente, tão bem escrito, tão objetivo.
Ao mesmo tempo é tão emocionante, tão profundo, tão comovente.
Sem dramas, sem pieguices, sem apelos.
Acho até que eu compraria esse livro pra ler se já não o tivesse lido.
E posso até o comprar pra dar de presente a alguém.
E recomendo a leitura pra quem ainda não leu.
E acho que continuarei odiando o Diogo Mainardi.
Mas não o pai, só o personagem!


“É uma declaração de amor,
 uma declaração do jeito que eu sei declarar. 
 É a minha serenata para o meu filho.”   
 Diogo Mainardi, sobre o livro.


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