E como hoje era domingo, poderia
ser segunda-feira também.
E, por isso, acordei e fui fazer
compras no supermercado.
Mas já era tarde (duas da tarde) e
as compras nem eram tantas assim.
Mas tudo isso nem importa.
O problema foi quando voltei pra
casa.
Não encontrei a chave de casa.
Coloquei todas as compras no chão.
Vasculhei todos os cantos da
bolsa. Nada de chave. Tirei tudo da bolsa. Sacudi.
Xinguei a coitada (de mim) por
usar uma bolsa tão grande (e, claro, colocar milhares de coisas dentro) e nunca
conseguir achar nada... e nada de chave.
Pensei: deve ter caído lá no
térreo. Desci. Procurei. Pedi ajuda ao porteiro. E nada!
Subi. Peguei o celular pra ligar
pra casa da minha mãe (ia ter que ir lá ou pedir pra alguém vir na minha casa
trazer a chave reserva. Era o jeito).
E meu celular? Tava manifestado.
Não ligava. Não desligava. Não desbloqueava. Aparecia apenas, no visor, a
mensagem de bloqueado. Tentei de tudo pra desbloquear. Pra desligar. E nada!
E quem tem o bendito Nokia N8
sabe. A bateria dele é interna. Não dá pra simplesmente “tirar” a bateria.
Enfim, sem celular pra ligar e
sem chave pra entrar em casa e com compras esparramadas pelo chão... só me
restava ir pra casa da minha mãe pegar a chave reserva.
Mas, numa última tentativa,
resolvi tirar tudo da bolsa de novo e sacudir ela freneticamente no ar.
E eis
que ouço um barulho de chave...
A esperta tinha entrado, não sei
como (com as próprias pernas, provavelmente), pelo forro da bolsa. E tava lá,
escondida.
Como eu não tinha comprado nem
faca nem tesoura no supermercado, só me restou investigar, até descobrir, por
onde eu poderia tirar a chave de lá, e finalmente entrei em casa.
E, depois de guardar as compras,
fui tentar resolver o mistério do celular.
Ele tava lá. Cheio de vontade própria.
Aliás, sem vontade nenhuma.
E eis que tive uma brilhante
ideia: -“Vou ligar pra ele do fixo!”.
De repente ele tocaria, eu
conseguiria atender e desligar. Enfim...
-"Ha-ha-ha!" (disse o celular pra
mim!)
Ele começou a tocar. E não parou
mais.
Nem depois que eu desliguei o fixo. Nem depois que tirei o chip. Nem depois que
tirei o cartão de memória. E a tela continuava bloqueada. E ele não desligava. E
ele não parava nem de tocar nem de vibrar. Ininterruptamente. E a bateria estava
totalmente carregada. E a bateria do Nokia N8 dura uns 2 dias inteiros.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH
Eu coloquei ele embaixo de uma
pilha de coisas e roupas na esperança de não ouvir mais a música e a bateria
finalmente acabar.
E David Bowie cantou 2 horas
seguidas. Sem parar. E a bateria do celular não desceu um tracinho sequer. Continuava carregadíssima.
Eu já disse que tinha acordado com dor de cabeça? Imagina como eu tava nesse momento...
Mas, mais uma vez, numa última
tentativa antes de um ato drástico (jogar ele pela janela), resolvi colocar ele
no carregador (eu sei, foi um ato arriscado carregar ainda mais a já carregada
bateria, mas vai que dava um choque de realidade nele...sei lá. #desesperada).
E quando conectei, ele parou de
vibrar (ainda tocando a música sem parar - e bem alto) e tentei novamente desliga-lo.
E, depois de algumas tentativas, ele desligou.
Ufaaa!!! Deu até medo de ligar ele de novo. Mas coloquei o chip, liguei e ele funcionou como se nada tivesse acontecido (e claro, tinham milhares de mensagens “te ligou”, “te ligou”, “te ligou”).
Ufaaa!!! Deu até medo de ligar ele de novo. Mas coloquei o chip, liguei e ele funcionou como se nada tivesse acontecido (e claro, tinham milhares de mensagens “te ligou”, “te ligou”, “te ligou”).
Preciso trocar de celular!
URGENTE!!!
URGENTE!!!
E, pra completar meu domingo de revolta
dos seres não-vivos, às 7 horas da noite fui jantar, pois tenho que fazer um
exame de sangue amanhã, às 7h da manhã
(12 horas de jejum).
Mas eis que... resolvi procurar a requisição antes pra ver se era isso mesmo e... cadê a requisição?
Mas eis que... resolvi procurar a requisição antes pra ver se era isso mesmo e... cadê a requisição?
Eu procurei a requisição em exatamente
TODOS os papéis que existem dentro da minha casa (e, claro, aproveitei pra
organizar a média-baguncinha que ocorria).
Às 22h me dei por vencida.
Nem jantado eu tinha ainda. Tava com fome e não tinha encontrado a bendita requisição. O jeito seria ir ao médico novamente pra pedir outra (a consulta que eu iria pra mostrar os resultados – que triste!).
Nem jantado eu tinha ainda. Tava com fome e não tinha encontrado a bendita requisição. O jeito seria ir ao médico novamente pra pedir outra (a consulta que eu iria pra mostrar os resultados – que triste!).
E vim pra a mesa do computador e
quando puxo o teclado, aparece a ponta de um papel. E o que era? Claro, a
requisição.
Que deve ter ido voando, com as
asas que ela não tem, pra debaixo do teclado do meu computador que não tem
nenhum papel. Nunca!
E, se eu fosse Pollyana (quem?), eu
iria jogar agora o “jogo do contente” (e ainda colocaria um solzinho sorrindo
aqui).
Mas eu sou Robi e a única coisa
que penso agora é:
“Finalmente vou trocar meu
celular e nem vou mais precisar acordar cedo amanhã. Meu exame só pode ser feito
depois das 10h.”
E sim, já troquei o toque do meu
celular!