Eu odeio Diogo Mainardi.
Todos odeiam Diogo Mainardi.
Quem diz que adora ele, na verdade, no fundo no fundo, tá
querendo polemizar.
Se passar por uma pessoa “do contra”, “revoltada”.
E Diogo Mainardi provavelmente detesta esse tipo de pessoa.
Porque, de fato, ele sempre escreveu com o objetivo de ser
detestado.
Essa é a diversão dele. Essa é a motivação dele (pelo menos
é isso o que eu penso).
Ele é o dedo apontado na cara. Ninguém gosta de um dedo
apontado na cara.
Escrever pra ser adorado e ser unanimidade, acho que nunca
esteve nos planos dele.
E acho também que se ele dependesse disso pra continuar
escrevendo, ele não teria passado anos escrevendo sua coluna semanal para a Revista
Veja.
Acabaria sua motivação.
E, apesar disso, foi a coluna mais lida durante todo o período
que ele escreveu pra Revista. Mesmo sendo odiado por todos.
Não existe nada mais chato do que quem passa a vida tentando
agradar todo mundo.
Mesmo se desagradando. Caçando estrelinhas de aceitação pra
colar no álbum pessoal.
E depois, vai fazer o que com esse álbum? Sair mostrando por
aí?
Não, obrigada. Ninguém está interessado em ver. Aliás, eu
não estou interessada em ver. Prefiro o dedo do Diogo Mainardi apontado na
minha cara!
Nem que seja pra odiá-lo!
Acabei de ler um livro do Diogo Mainardi.
“A queda – As memórias de um pai em 424 passos”.
No livro, ele conta a história do seu filho que nasceu com
paralisia cerebral, vítima de um erro médico.
Não, eu não comprei o livro pra ler. Eu jamais compraria um
livro dele.
Afinal, eu detesto Diogo Mainardi.
"Roubei emprestado” de um amigo ontem. Li ele todo hoje. Vou
devolver amanhã.
O livro é tão inteligente, tão bem escrito, tão objetivo.
Ao mesmo tempo é tão emocionante, tão profundo, tão comovente.
Sem dramas, sem pieguices, sem apelos.
Acho até que eu compraria esse livro pra ler se já não o
tivesse lido.
E posso até o comprar pra dar de presente a alguém.
E recomendo a leitura pra quem ainda não leu.
E acho que continuarei odiando o Diogo Mainardi.
Mas não o pai, só o personagem!
“É uma declaração de amor,
uma declaração do jeito que eu sei declarar.
É a minha serenata para o meu filho.”
Diogo Mainardi, sobre o livro.
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